terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pesquisa comprova que árvores diminuem males da poluição no organismo humano

O organismo humano está mais protegido da poluição perto de árvores localizadas dentro de parques do que ao lado daquelas que estão fora. É o que vai mostrar a tese de doutorado a ser defendida no próximo mês no Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo mostra que a concentração de metais pesados e gases poluentes no ar é maior nos trechos das áreas verdes próximos a avenidas do que no meio dos parques. O que provoca essa diferença é uma espécie de filtro antipoluição, formado principalmente pelas árvores do entorno dos parques. Elas sequestram e absorvem nas cascas os poluentes, impedindo-os de avançar para o interior dessas áreas.

A constatação foi feita pela engenheira florestal Ana Paula Martins, de 34 anos, que estudou por quatro anos amostras de cascas de árvores de cinco parques de São Paulo: Trianon e Luz, no centro, Previdência, na zona oeste, e Ibirapuera e Aclimação, na zona sul.

De acordo com o trabalho, nenhum dos locais está imune a pelo menos 11 metais, mas a concentração varia conforme a localização. O índice de chumbo no Ibirapuera, por exemplo, é de 13,5 mg/kg, enquanto no Previdência, que beira a Rodovia Raposo Tavares, a quantidade é de 3,9 mg/kg.

Para chegar aos índices, Ana Paula coletou amostras de cascas da camada externa das árvores. Retiradas para análise laboratorial, tais cascas ficavam a 1,5 m de distância do solo. "O ar traz os poluentes, que ficam depositados nas cascas", explica Ana Paula.

As árvores que apresentaram maior concentração de poluentes beiram avenidas com grande fluxo de tráfego, como a Avenida Paulista, onde fica o Parque Trianon. Com isso, segundo a engenheira, é possível identificar os tipos de veículos que trafegam próximo a cada área verde e confirmar o efeito do tráfego na qualidade do ar.

A engenheira diz que o escapamento, a freada e o arranque dos carros, que soltam pedaços de pneu, são responsáveis por liberar partículas de metais. "Zinco, chumbo e cobre são provenientes da poluição veicular", diz.

A dosagem dos metais nas cascas das árvores pode ajudar a elaborar um quadro dos tipos de poluentes existentes, já que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) faz a medição só dos gases e não indica a concentração ideal desses metais para evitar males a saúde.

Embora não haja um padrão dos níveis saudáveis desses elementos, especialistas afirmam que inalar metais pesados, como bário, bromo e cobalto, entre outros, pode trazer, a longo prazo, problemas à saúde, como câncer, em casos extremos. "Encapar as avenidas com cobertura vegetal pode diminuir o impacto da poluição na saúde, além de aumentar a qualidade do ar", explica Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição da USP e orientador da tese.

Boxe 1:

CICLISTAS SENTEM DIFERENÇA DE ARES

Frequentadora assídua do Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, a professora de educação física Vanessa Burkhardt, de 31 anos, diz que seu rendimento é muito melhor dentro do parque do que fora dele. "A oxigenação triplica dentro do parque", diz. A professora vai ao Ibirapuera pelo menos três vezes por semana para correr, andar de bicicleta ou caminhar. Para chegar até lá, usa o carro. Se for pedalar no parque, já sai de bicicleta.Assim que deixa o parque, Vanessa diz sentir os efeitos da poluição no organismo.

"Na pista de corrida, que praticamente é fechada de árvores, não preciso fazer tanto esforço para respirar quanto faço nas áreas próximas às avenidas que rodeiam o parque", conta. A diferença entre seu rendimento dentro e fora do parque fez com que Vanessa questionasse o que provoca essa sensação. "Sempre pensei que fossem as árvores, porque todos dizem que elas melhoram a qualidade do ar", diz.

O músico Lucas Valença, de 26 anos, chegou à mesma conclusão que Vanessa depois de pensar que pedala melhor em áreas verdes. "Não é preciso nem ir a um parque. Basta se exercitar em um bairro arborizado e comparar como o organismo se comporta quando estamos em uma grande avenida", afirma.

Além de fazer exercícios em uma academia, o jovem passeia ou pedala com seu cachorro, um boxer, nas ruas próximas ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul, nos finais de semana. "Percebo que até ele (o cachorro) fica menos ofegante quando estamos em bairros arborizados", revela.

Para evitar sentir o nariz seco e dificuldade para respirar durante os exercícios, Lucas conta que sempre se mantém hidratado - e seu cachorro também - e que evita sair entre 10h e 16h. .

Boxe 2:

SUBSTÂNCIAS SÃO TÓXICAS PARA O CORPO

Embora não haja muitos estudos sobre o real impacto da inalação de metais pesados na saúde humana, essas substâncias são tóxicas e podem trazer desde mal-estar imediato, como uma tontura, a efeitos mais duradouros, como dificuldades de aprendizado. "Eles podem induzir a câncer e distúrbios neurológicos", afirma o médico pneumologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ciro Kirchenchteje.

Ele alerta para algumas partículas de metais, que podem ser grandes e, por isso, ficariam retidas nos pelos do nariz. "Essas (substâncias) são mais graves, mais tóxicas. Suspensas no ar podem provocar irritação no olho e secar a mucosa do nariz."

Níquel e chumbo são elementos que podem provocar danos a longo prazo. "O níquel é cancerígeno, provoca alterações na medula óssea. O chumbo reduz o crescimento", diz Paulo Saldiva, professor e pesquisador da USP.

Além dos metais, gases como o ozônio são parte da poluição atmosférica e podem desencadear crises de asma e bronquite. Para evitar desconfortos provocados pela poluição, a recomendação médica é manter-se hidratado em dias quentes, evitar atividades físicas entre 10h e 16h e umedecer o ambiente residencial e comercial com um balde com água. (Fonte: Yahoo Notícias)

Derretimento da calota polar ártica em 2009 é o terceiro maior desde 1979

Derretimento da calota polar ártica em 2009 é o terceiro maior desde 1979. Foto:/AFP

O derretimento da calota polar ártica observado durante o verão de 2009 no hemisfério norte é um dos maiores registrados desde 1979, ano do início das medições realizadas por satélite, indicou uma instituição governamental norte-americana.

No momento mais intenso de derretimento, o banco de gelo monitorado em 2009 era o terceiro menor dos últimos 30 anos. Em 2007, a calota polar ártica chegou a sua menor superfície já registrada, seguido pelos registros de 2008.

Apesar de o banco de gelo analisado no verão ter aumentado ligeiramente nos últimos três anos, as últimas medições confirmam a tendência de aumento do derretimento da calota polar observada nos últimos 30 anos, ressaltou o Instituto Nacional da Neve e do Gelo (NSIDC).

A calota polar ártica diminuiu fortemente desde 1979, sobretudo durante o verão, indicou o NSIDC em um comunicado divulgado na internet.

Em 12 de setembro de 2009, a superfície da calota polar era de 5,1 milhões de km2, o que parece ser a menor marca do ano, e voltou a aumentar com a queda das temperaturas na chegada do outono, indicou o instituto.

No ponto máximo de derretimento no verão de 2008, a calota polar ártica media 4,5 milhões de km2, contra 4,1 milhões de km2 em 2007.

A superfície mínima da calota polar ártica durante o verão de 2009 é 1,61 milhão de km2 menor que a média anual registrada de 1979 a 2000, indicou o NSIDC. (Fonte: Yahoo Notícias)