quarta-feira, 6 de julho de 2011

ONU calcula gasto trilionário para evitar "catástrofe ambiental no planeta"

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, na terça-feira (5), pesquisa em que calcula um preço para evitar uma "catástrofe ambiental no planeta". Segundo o relatório, até 2050 será necessário investir US$ 1,9 trilhão por ano para intensificar o uso de tecnologias verdes existente e para criar "novos instrumentos tecnológicos necessários". Com isso, o montante aplicado precisaria ser US$ 76 trilhões até o final das próximas quatro décadas.
Atualmente, segundo a pesquisa, 90% da energia mundial é proveniente de combustíveis fósseis, que por sua vez são responsáveis por 60% das emissões de CO2. "A revisão tecnológica terá de ser na escala da primeira revolução industrial", afirma a pesquisa. O estudo ainda cobra a comprometimento dos países em desenvolvimento, como o Brasil, de se responsabilizarem pelo investimento de pelo menos metade dessa quantia, cerca de US$ 1,1 trilhão a cada ano.
Caso os países em desenvolvimento acatem o apelo da ONU, o investimento em “energia verde” precisaria ser expandido entre 2% a 4% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil aplica atualmente um percentual até superior ao recomendado. Em 2010, foi o equivalente a 18,4% de seu PIB na chamada energia limpa.
Segundo a ONU, “desde a revolução industrial, a renda mundial e a população cresceram exponencialmente, assim como a demanda de energia e o acúmulo de resíduos poluentes” chegando ao “limite da atividade humana.” Portanto, de acordo com o relatório, "as mudanças devem ser realizadas em um prazo limitado – mais cedo ou mais tarde – por causa das pressões ecológicas".

Investir é preciso

“Os maiores esforços para a transformação tecnológicas devem ocorrer a nível nacional, respeitando as condições individuais”, diz o documento, que ainda cobra compromissos de desenvolvimento tecnológico entre as nações e maior cooperação para financiamentos.
A pesquisa ainda alega que os empresários e os governos costumam enxergar o financiamento como principal obstáculo para a rápida adaptação às energias limpas. Como saída, o relatório sugere ajuda internacional para suprir as demandas.

Rio+20

No mesmo ensejo climático, o Rio de Janeiro será palco, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, de um amplo debate sobre sobre o assunto. O encontro contará com a participação de representantes de diversos países, entre eles os principais alvos de críticas pelos métodos de produção poluidores, como China, Índia e Estados Unidos.
O subsecretário geral da ONU, Sha Zukang, falou sobre a importância de se debater a pesquisa no encontro. “O relatório é leitura obrigatória para o Rio+20, que é uma oportunidade para definir caminhos de um caminho mais seguro, limpo e próspero para todos”, explica Zukang.[Fonte: RedeBrasilAtual]