sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estudo: desmatamento que já ocorreu ainda acabará com espécies


Um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã naScience afirma que a maior parte das extinções na Amazônia brasileira ainda está por vir. A perda de habitat não causa a extinção imediata de uma espécie - leva um tempo até que um grupo de animais desapareça completamente, e esse lapso é chamado de "débito de extinção". Segundo o estudo, 80 a 90% das extinções de espécies causadas pelo desmatamento já feito ainda vão ocorrer.
Com uma equipe que reuniu de ecologistas a matemáticos, o Imperial College London, a Sociedade Zoológica de Londres e a Universidade Rockefeller (EUA) criaram uma fórmula para estimar o "débito de extinção". Eles então criaram quatro cenários para 2050 na floresta. O melhor deles é o previsto pelo governo brasileiro - o fim de todo desmatamento em 2020. Neste, os ecossistemas locais terão perdido em média 12 espécies e outras 19 estarão condenadas no final dessas quase quatro décadas. No pior cenário, sem nenhuma regulação do governo, as espécies locais podem desaparecer completamente fora de áreas de conservação.
Britaldo Silveira Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comentou o estudo em artigo separado na Science. Segundo o pesquisador, o modelo é útil para planejamento, mas nenhum modelo é perfeito. "Primeiro, 50% da floresta amazônica está protegida agora; e segundo, o aumento das políticas verdes no Brasil faz com que essas previsões pareçam improváveis", diz o brasileiro.
Os pesquisadores britânicos e americanos, por outro lado, afirmam que o modelo provê uma janela de oportunidade para salvar essas espécies. "Eu gostaria de pensar que as pessoas vão olhar para os dados e dizer 'agora sabemos exatamente onde estão os maiores débitos de extinção e nós podemos mirar essas áreas em particular para conservar as espécies que ainda estão ali'", diz Robert Ewers, líder do estudo, ao site da revista Nature. [Fonte: Terra]

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Oceano apresenta sintomas de grandes extinções em massa

Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.
Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.
A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.
‘‘As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.
Plástico 
Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes. 

A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano.

Com isso, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar. 

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.
Ciclos 
A vida na Terra já enfrentou cinco ''ciclos de extinção em massa'' causados por eventos como o impacto de asteróides e muitos cientistas que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.

''Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa'', afirma o professor Alex Rogers.
O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.
Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.
Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.
As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos.[Fonte: IG]

Estudo detalha elevação do nível do mar


O nível da água nos mares e oceanos de nosso planeta subiu de modo significativo desde o início da industrialização. Foi o que revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Instituto de Estudos das Consequências da Mudança Climática de Potsdam (PIK), na Alemanha, baseado na análise de sedimentos fósseis no litoral atlântico da América do Norte. O estudo é o mais detalhado sobre as mudanças no nível do mar ao longo dos últimos 2.200 anos.
Uma equipe internacional de especialistas liderada pelo professor alemão Stefan Rahmstorf ampliou em mais de dois milênios as análises sobre a relação entre a temperatura do ar e o nível das águas dos oceanos, que até agora só tinham sido analisadas em relação aos últimos 130 anos.

Foto: Getty Images
Novo estudo certifica que o nível das águas aumenta quanto mais quente é o clima global
O novo estudo certifica que o nível das águas aumenta quanto mais altta é a temperatura global e que a o clima do planeta aqueceu de forma mais acelerada com o início da industrialização no final do século XIX.
"O homem aquece cada vez mais o clima com as emissões de gases, o que faz o gelo derreter com maior rapidez e acelera a alta do nível da água do mar", advertiu Rahmstorf em uma nota emitida pelo PIK.
Os dados obtidos revelam que a Terra atravessou quatro fases nos últimos 2,2 mil anos, com uma primeira fase entre o ano 200 antes de nossa era e o ano 1000, no qual o nível das águas do mar se manteve estável.
Nos 400 anos seguintes e devido a um período climático quente durante a Idade Média, o nível das águas marinhas subiu cerca de 20 centímetros, em uma média de 5 centímetros por século.
Depois houve outra fase de estabilidade, que acabou no final do século XIX com o início da industrialização, o que conduziu a uma alta do nível do mar de 20 centímetros nos últimos 130 anos.
"Isto demonstra que a alta do nível das águas do mar é muito maior que a registrada nos 2 mil anos anteriores", destaca a nota do PIK.
A equipe de cientistas baseia seu estudo na análise dos restos fossilizados de seres unicelulares recolhidos mediante perfurações em salinas naturais do litoral atlântico americano.
Devido ao fato de esses seres unicelulares viverem sempre a uma determinada altura dependente das marés, a quantidade e o tipo dos sedimentos fossilizados recolhidos permitiu estabelecer o nível de água em um período superior a dois milênios.[Fonte: IG]


Nível do mar está subindo rapidamente no litoral norte de SP


AE
Praia de Indaiá, em Caraguatatuba: avanço do nível do mar coloca construções em risco

Sobe cada vez mais rápido o nível do mar no litoral norte de São Paulo, aponta pesquisa coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Paolo Alfredini. Com base nos registros feitos de 1944 a 2007 pela Companhia Docas do Estado de São Paulo, em Santos, Alfredini constatou uma elevação do mar de 74 centímetros por século. Também foi analisada a documentação de outras instituições em Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba.

Nas últimas décadas, no entanto, o avanço das águas marítimas foi mais rápido. “Nos últimos 20 anos, analisando esses dados, a gente nota que tem havido uma aceleração. Isso aparentemente está ligado ao fato que as temperaturas têm aumentado mais nesse período”, ressaltou o professor. Com isso, a estimativa de Alfredini é que neste século o nível do mar suba cerca de 1 metro.
Um aumento desse nível significa, segundo Alfredini, a perda de 100 metros de praia em áreas com declividades suaves. Essa aproximação das águas pode colocar em risco construções à beira mar. “A quebra da onda vai ficar muito mais próxima das avenidas, onde existem ocupações urbanas. Vai começar a solapar e erodir muros”, disse. “Tubulações que passem perto da praia, como emissários de esgoto, interceptores de águas pluviais, podem vir a ser descalçados e eventualmente até romper”, completou.
Outro fator que ameaça as construções costeiras, verificado no estudo, é o aumento da altura das ondas nas ressacas e tempestades marítimas, além do aumento da frequência desses fenômenos. “Havendo um recrudescimento das ondas, isso também vai provocar mais erosões [nas praias]”, alertou o pesquisador.
A elevação do nível do mar poderá ainda, segundo Alfredini, causar problemas para o abastecimento de água em algumas cidades. Segundo ele, esse processo tende a causar um aumento no volume de água que se infiltra nos rios. “ Portanto, as tomadas de água para abastecimento público e industrial poderão começar a receber água com maior teor de salinidade. E isso pode começar a complicar ou inviabilizar o tratamento da água”.
Para amenizar esses problemas, o pesquisador aponta a necessidade de preparação das cidades afetadas, com a construção, por exemplo, de obras de defesa costeira. “Tem que ter nesses governos municipais, principalmente, que estão em áreas de extremo risco, consciência de que isso é uma realidade”.[Fonte: IG]

Aumento do nível do mar ameaça o litoral do Atlântico nos Estados Unidos



O nível do mar em uma faixa costeira atlântica nos Estados Unidos, incluindo as cidades de Nova York e Boston, aumenta até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial, segundo um estudo pubicado pela revista Nature Climate Change.
Este fenômeno, vinculado à mudança climática, aumenta o risco de inundações de uma das zonas costeiras mais densamente povoadas e ameaça a biodiversidade das zonas úmidas, segundo o estudo do centro americano de vigilância geológica USGS.


Estas conclusões aparecem quando especialistas do Conselho Nacional de Pesquisa americano afirmaram na sexta-feira que a elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático pode ser duas ou três vezes mais importante que o previsto durante este século.

Desde 1990, ao longo de uma faixa de mil quilômetros da extensão da faixa atlântica dos Estados Unidos examinada pela Nature Climate Change, o nível do mar aumentou de 2 a 3,7 milímetros por ano. Em nível mundial, o aumento é entre 0,6 e 1 milímetro.
Se o aquecimento continuar, o nível do mar nesta parte da costa atlântica poderá aumentar, até 2100, 30 cm, mais que o aumento de 1 m em média em nível mundial calculado pelas projeções científicas.
Em outro estudo publicado pela Nature Climate Change, investigadores europeus vão mais além de 2100: segundo seus cálculos, uma alta das temperaturas de dois graus provocará uma alta de 2,7 m em 2300 em relação ao nível do mar. Limitar o aquecimento a +1,5 graus limitariam esta elevação do nível dos oceanos a 1,5 metros.
O objetivo atual da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois graus em relação à época pré-industrial.[Fonte: IG]